O gênero do terror talvez seja o que mais precisa se reinventar a cada nova história contada; alguns conseguem fazê-lo com maestria, enquanto outros nem tanto. A Blumhouse, em seu auge, nos brindou com filmes notáveis como ‘Corra!’. No entanto, ao analisarmos suas tentativas e fracassos recentes, ‘Mergulho Noturno’ evidencia a necessidade de ir muito mais fundo em busca da criatividade para retomar a habilidade de contar boas histórias.

Na trama, o ex-jogador de beisebol Ray Waller (Wyatt Russell) se aposenta contra sua vontade devido a uma doença degenerativa e decide mudar-se com a esposa, Eve (Kerry Condon), e os filhos Elliot (Gavin Warren) e Izzy (Amélie Hoeferle) para uma nova casa. A residência tem tudo para ser o lar dos sonhos de qualquer um, incluindo uma enorme piscina. Contudo, por trás da fachada perfeita, a casa esconde um tenebroso e malévolo segredo que pode colocar as vidas de todos em sério perigo.

Apesar da confusão em torno da maldição que envolve a misteriosa piscina, o primeiro ato é perfeito ao introduzir o espectador a um mistério sobre essa maldição e as motivações dos personagens. Isso deixa o espectador intrigado e na expectativa de uma possível história de superação, ao mesmo tempo que constrói um suspense envolvente para o que está por vir.

O longa é dirigido pelo novato diretor Bryce McGuire, que comete diversos erros na condução da narrativa, desviando-se do verdadeiro objetivo e tornando os mistérios rasos e previsíveis. A trilha sonora, incapaz de envolver, não compensa as boas atuações do elenco, que se esforça para dar sentido à trama, mas não é suficiente para manter o público imerso na história.

Isso resulta em uma falha como filme de terror ou suspense, onde nem mesmo a válvula de escape dos ‘jumpscares’ funciona. Até o potencial dramático, capaz de gerar empatia pelo destino dos personagens, é deixado de lado no momento em que poderia ser o diferencial.

Se a narrativa tivesse se entregado a um ‘terror trash’ em vez de tentar parecer um terror conceitual, seria mais fácil aceitar e até mesmo se divertir com a ideia. Apesar da premissa interessante, ‘Mergulho Noturno’ entrega uma trama genérica, um roteiro confuso, tornando difícil convencer as pessoas a mergulharem nessa piscina gelada.