“Disney” e Barbie foram as grandes esnobadas do Oscar 2024

Chegou o dia mais aguardado do ano no mundo do entretenimento, hoje foram anunciados os indicados ao Oscar, e com isso, já dá pra saber quem não vai ser chamado para subir ao palco do teatro Dolby no dia 10 de março. Confira então, as maiores esnobadas do Oscar 2024. 

Vamos tirar o elefante da sala, Barbie foi a grande esnobada da manhã de 23 de janeiro, quem disser que já esperava não ouvir o nome de Margot Robbie entre as nomeadas, ou está mentindo, ou viveu 2023 em uma caverna. Sendo a grande estrela do maior filme do ano, seu nome foi certo em todas as outras premiações televisionadas, sendo esnobada apenas na principal. Eu ficaria tranquilo com isso se ela tivesse perdido a vaga para Greta Lee de Vidas Passadas, que interpreta com sutileza uma das melhores personagens do ano, mas não, Lee também passou longe da indicação, ambas perderam a vaga para Annette Bening, que está no máximo “ok” no mediocre Nyad.

O que me espantou mesmo, foi a ausência de Gerwig, bom, quem perde é o Oscar, que deixou de fora uma das diretoras mais autorais, autênticas e dominantes da geração, e que conduziu ao sucesso o filme mais popular de 2023, é como se a indústria tivesse punindo a si mesma, ao não reconhecê-la pela sua grande originalidade. Fico ainda mais triste que apenas uma mulher conseguiu reconhecimento, curiosamente, Triet é tão dominante quanto Greta, o que deixaria ainda mais legal se as duas estivessem na disputa. Mais um ano, o papel de grupos minoritários no prêmio parece ser resumido a cotas, sempre sobra apenas uma vaga para mulheres ou pessoas pretas. Vocês acham mesmo que um filme aclamado pelo público e pela crítica, que esbanja originalidade ficaria de fora da direção se fosse dirigido por um homem branco? 

A categoria principal seguiu o padrão que vimos nas demais premiações, Segredos de um Escândalo confirmou o seu desprestígio, já visto no Critics Choice Awards e no BAFTA. Nem mesmo a Netflix esperava um resultado diferente, já que soltou a mão do filme de Todd Haynes, pra morrer abraçada com Maestro. Apesar da indicação na categoria de Melhor Roteiro Original, os esnobes para Natalie Portman, Julianne Moore e Charles Melton, me deixaram pessoalmente triste, grandes performances, que poderiam até mesmo vencer o prêmio, mas vão sair de mãos abanando.

 

Nós já sabíamos que algumas das grandes atuações femininas ficariam de fora da lista final, mas eu trocaria qualquer uma das cinco indicadas para colocar Greta Lee, talvez por não ser uma atuação cheia de gritos e malabarismos, passou despercebida por uma parte da academia, mas não teve um minuto de Vidas Passadas que eu não quis abraçar Nora, ou que não tenha me empatizado com todas as suas dores. Também fiquei querendo dar um abraço em Dominic Sessa, de Os Rejeitados, no ator mesmo, pois assistindo ao seu primeiro trabalho no cinema, fica nítido como ele se fundiu com seu personagem, sendo responsável por toda a carga de realismo do filme, uma pena ele ter ficado de fora, mas sei que oportunidades não faltaram para o rapaz de 21 anos, que deve ter uma carreira brilhante pela frente. 

Na categoria de Melhor Animação que vieram as esnobadas mais divertidas, em comemoração aos 100 anos da Disney, a academia presenteou o estúdio deixando Wish: O Poder dos Desejos de fora, por mim beleza, o que feriu meu coração foi a ausência do belíssimo Suzume, que além de ser um espetáculo visual, ainda dá um show de carisma e elegância. Ainda não tive o prazer de assistir Meu Amigo Robô, mas se me disserem que ele foi responsável por deixar Super Mario Bros de fora, eu já vou colocar cinco estrelas pro filme no meu Letterboxd. 

Quanto aos filmes internacionais, dei risada quando me dei conta que a França perdeu sua chance de ouro de ganhar o prêmio, ao escolherem ir contra Anatomia de Uma Queda, visando dar visibilidade para outro filme, ficaram chupando o dedo, O Sabor da Vida não entrou na lista, e com isso a chance do Oscar francês correu pelo ralo. 

Para finalizar, vou falar sobre a categoria que você aproveita para ir ao banheiro, ou preparar um lanche, mas uma pena, pois os curta metragens mereciam mais visibilidade, esse ano temos grandes nomes, Alguns documentários que servem como denúncia, animações que emocionam mesmo com seu pouco tempo, e live-actions bem inspiradores. Pedro Almodóvar foi descartado pelos votantes com o seu presunçoso Estranha Forma de Vida, assim como Era Uma vez um Estúdio, que serviu para mostrar mais uma vez, que após 100 anos de existência, a Disney está mais em baixa do que nunca.

 No geral, estou contente com a lista da academia, fiz uma ótima pontuação com minhas apostas, mas errei minha previsão sobre Barbie, pensei que finalmente a bancada se renderia a uma comédia feminina, talvez eu que tenha sido inocente demais.

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