Com o bom e velho clichê, “Todos Menos Você” resgata a essência das comédias românticas

A comédia e seus subgêneros, por vezes, acabam sendo injustamente subestimados. “Todos Menos Você” é a prova de que o cinema não vive apenas de filmes cults ou blockbusters e que gêneros quase esquecidos podem ser revividos.

Inspirado na comédia de Shakespeare, “Muito Barulho por Nada”, a trama nos apresenta Bea e Ben, que, após um grande primeiro encontro seguido de uma frustração, se reencontram anos depois em um casamento de pessoas próximas, que fazem de tudo para uni-los. Cansados da situação, veem-se obrigados a fingir que estão juntos e que gostam um do outro.

O poder que um bom clichê tem reside na capacidade de fazer você desligar a mente e entrar numa fantasia, e o filme funciona como um escapismo da realidade, sendo extremamente charmoso e cativante.

Isso se deve, em grande parte, aos seus protagonistas, Sydney Sweeney (Euphoria) e Glen Powell (Top Gun), que, mais do que esbanjar beleza, apresentam uma química notável nos momentos divertidos e nos mais dramáticos, permitindo que o espectador fique imerso nesse romance lúdico e improvável.

O filme remete muito à essência dos filmes dos anos 2000, uma estética que vem sendo cada vez mais resgatada no cinema e que, particularmente, me agrada.

É importante ressaltar que ninguém busca tramas como essa em busca de algo real. Precisamos analisar da perspectiva de quem busca apenas um conto de fadas, por mais conveniente e clichê que possa causar vergonha alheia. Afinal, o objetivo final é encantar com essa sutileza que pode passar despercebida enquanto você está se divertindo com ele.

Muito divertido, “Todos Menos Você” não é a melhor das comédias românticas, mas é a que precisávamos. É um respiro para os entusiastas e românticos do cinema, e cada vez mais precisamos de filmes como esse.

Wesley Albuquerque

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