Se você procura uma série de investigação, suspense com uma pitada de ficção científica, preciso te dizer que “Silo” teve a ousadia de surpreender e muito os assinantes da Apple TV+. Baseada em uma série de livros de mesmo nome do autor Hugh Howey, em “Silo” acompanhamos a história da humanidade dentro de um prédio subterrâneo após um apocalipse misterioso anos atrás acontecer, o Búnquer chamado de Silo protege os humanos de uma atmosfera altamente tóxica, sendo assim nenhuma pessoa deseja deixar este lugar, ou deseja ?

Rebecca Ferguson de “Duna” e “”Missão: Impossível – Efeito Fallout” interpreta Juliette Nichols uma jovem mecânica rebelde e traumatizada que se torna a nova xerife do Silo em meio a perda de seu namoradinho pelo o que ela acredita ser uma onda de assassinatos dentro da base subterrânea. Curiosa, ela começa a fazer perguntas incomodando políticos e pessoas que parecem saber muito mais do que aparentam sobre o lado de fora do búnquer. A princípio, a série logo de cara mostra uma atmosfera bem tensa em relação a dúvidas dos personagens sobre realmente estarem seguros dentro de um lugar na qual crimes e assassinatos não são muito recorrentes, instiga sim o telespectador a se questionar se identificando com a fobia dos sobreviventes pela possibilidade de estarem sendo manipulados pelos seus líderes, questionando até se a saída daquele lugar é de fato uma boa ideia. Logo, por se tratar de um edifício subterrâneo, a representação de cada andar do silo é feita como uma pirâmide social muito semelhante a ideia do filme “O poço” da Netflix, representando em formas de níveis a condição financeira das 10.000 pessoas que ali habitam. A produção dessa série é algo que merece destaque, o cenário e toda atmosfera criada é bem competente e promete um Sci-fi empolgante, porém, só promete mesmo e foca em outra narrativa.

Ao decorrer da trama, mais precisamente na metade da série, o que era pra ser divertido e intrigante passa ser cansativo e óbvio até demais. Sabe quando o roteiro te explica e fala mais sobre algo mas não te mostra de fato o que está dizendo ? As investigações são tão vazias que facilmente a série poderia ter apenas 5 episódios pois a construção de mundo e detalhes sobre aquele universo subterrâneo são apresentadas de maneira tão porca que o espectador anseia o episódio final para de fato presenciar a saída da protagonista do Silo para nos mostrar o mundo apocalíptico de CGI que chega ser capaz de intrigar muito mais que um cenário muito bem construído como o do búnquer, já que toda expectativa criada para ver o mundo apocalíptico é entregue em apenas 2 minutos de cena.

È exatamente o que acontece, mas calma, existe outra crítica muito bem polida e apresentada nessa produção sobre manipulação e mentiras a respeito das pessoas não questionarem o fato de estarem debaixo da terra, o que chega a ser irônico, já que no meio da série há um buraco representado por episódios “filler”que arrastam esse produto para sua conclusão. Vá assistir esperando mais pela trilha policial e investigativa de séries da CW, do que pela ficção científica, nível HBO que a série “parece”” prometer, sempre com um olho no peixe e outro no gato.