“Wish” é divertido mas deixa a desejar
Wish: O Poder dos Desejos finalmente chega aos cinemas brasileiros amanhã, no dia 04 de janeiro. O longa-metragem, que comemora o centenário da casa do Mickey, havia feito sua estreia em novembro nos Estados Unidos, mas não conseguiu atingir o sucesso esperado.
Então, o que podemos esperar de Wish? A história nos apresenta ao reino mágico de Rosas, onde Asha, após descobrir que não são todos os desejos das pessoas que são atendidos pelo seu rei, faz um desejo tão poderoso ao universo que é atendido por uma força cósmica chamada Estrela. Juntas, Asha e Estrela enfrentam o poderoso Rei Magnífico para salvar o reino em que vivem.
Carregar o peso de ser a animação que precisa transmitir um legado tão grandioso não é uma tarefa fácil, e, por mais difícil que pudesse ser, ainda existia a esperança de que a Disney fosse capaz de entregar mais uma de suas obras-primas. No entanto, o estúdio jogou seguro demais para não errar e nos entregou uma história genérica e sem personalidade.
Desde o lançamento de “Homem-Aranha: Através do Aranha-Verso”, uma coisa ficou muito clara: as animações não necessariamente precisam se aproximar da realidade, algo que a Pixar aprimorou com o decorrer dos anos. E nos ensinou que estética, estilo e criatividade podem te levar além de uma grande narrativa.
Embarcando nessa ideia, mesmo que tarde, Wish tem um estilo único ao misturar 2D e 3D com um tom aquarelado, que é de fato muito lindo e consegue remeter aos clássicos filmes 2D do estúdio. Somando isso às suas músicas incríveis, temos um verdadeiro clássico. No entanto, ele não consegue ir muito além disso, pois, por ser um filme de comemoração, vejo que faltou um pouco de coragem em arriscar algo diferente, talvez uma narrativa mais criativa capaz não só de divertir, mas também de nos conquistar.
Assim, a obra se perde ao repetir tudo aquilo que já foi visto antes, com um roteiro pouco inspirado e curto, personagens não tão cativantes e sem um desenvolvimento interessante, principalmente quando olhamos para o vilão. E apesar de buscar um grande “fã-Service” ou ser um mar de nostalgia, não somos introduzidos a nenhuma referência que realmente valha a pena. As crianças irão amar, disso eu não tenho nenhuma dúvida, mas para os adultos, a experiência quase sempre será diferente, o que torna o filme divertido, porém comum.
Ele não consegue fazer jus aos 100 anos da Disney, e com isso, não entra na prateleira dos maiores de todos os tempos, mas no fim das contas, também não é um desastre completo. Wish tem uma certa magia, mas não é o presente que os fãs desejavam!
1 comentário em ““Wish” é divertido mas deixa a desejar”