Deadpool & Wolverine não é um filme que se leva a sério — e nem deveria ser. É um filme do Deadpool que mantém a essência que consagrou o personagem até aqui, celebrando o encerramento dessa trilogia e do universo de heróis da Fox, em vez de estabelecer algo para o futuro do MCU.

Na trama, acompanhamos Wade Wilson, que abandonou o traje de Deadpool para tentar viver uma vida normal, o que não é uma tarefa fácil. Contudo, a AVT aparece para recrutá-lo e enviá-lo para o universo oficial do MCU o ‘616’, pois o seu universo, o ‘10005’, irá morrer devido à perda de sua figura âncora, o Wolverine.

Disposto a salvar seu universo, ele sai em busca de outra variante para substituí-lo, mas essa jornada encontra diversos obstáculos pelo caminho, tornando-a ainda mais desafiadora e extremamente divertida.

Apesar das dificuldades que o conceito de multiverso impõe, o filme se sai muito bem ao inserir o mercenário tagarela, um anti-herói sem pudores, na casa do rato mais famoso do mundo. A integração é natural e bem construída, utilizando os recursos da Autoridade de Variação Temporal estabelecidos em “Loki”, enquanto cria novas dinâmicas para esse universo.

O retorno de Hugh Jackman não destrói o legado de Wolverine; ao contrário, vai além do fã-service, apresentando um lado do herói que nunca vimos antes nas telas. Esta é a melhor versão que poderíamos esperar e quando ele coloca a máscara, nada mais importa dentro da sala de cinema.

Talvez já esteja cansativo ouvir que Deadpool e Wolverine formam a dupla perfeita, mas é inegável que esse bromance está em outro patamar. Eles vão te fazer gargalhar e entregar as melhores cenas de ação do cinema em muito tempo, com a abertura do filme sendo comparável a uma obra-prima.

Há uma liberdade surpreendente ao fazer piadas consigo mesmo, como brincar com o momento atual do MCU e discutir de forma descontraída os eventos internos e ruins da franquia.

Este é o melhor filme entre os três da série. Até mesmo as piadas são mais bem elaboradas, sem se repetir como aconteceu com o segundo filme. Apesar de, em certos momentos, algumas piadas serem forçadas contra o público até se tornarem cansativas.

O filme é super empolgante, ele está repleto de momentos bons, cheios de fã-service que vão te fazer levantar da cadeira, com participações que você nem imagina, celebrando o universo da Fox que, embora controverso, entregou muitas coisas boas aos fãs quando não tínhamos nada. Ele é exatamente aquilo que você espera dele, embora no terceiro ato ele se perca um pouco, isso não vai atrapalhar a sua experiência.

Mantendo sua proposta, o filme não possui um roteiro super bem escrito e elaborado. Pelo contrário, ele carrega uma trama simples, boba e divertida, mas muito bem amarrada e que funciona. Isso dá muito espaço para a criatividade, que vai te empolgar e divertir demais.

Ele não é o Messias da Marvel, mas sem dúvidas é o melhor que temos dela no cinema em algum tempo.