Após passarmos pela era de ouro das adaptações de quadrinhos, parece que finalmente chegamos à era de ouro das adaptações de games, com exceção de Resident Evil. Apesar dos desafios em dar vida a ‘Fallout’, a série é uma surpresa extremamente positiva.

Baseada em uma das maiores séries de videogame de todos os tempos, ‘Fallout’ conta a história de duzentos anos após um apocalipse nuclear, quando os habitantes dos luxuosos abrigos radioativos são forçados a retornar à paisagem infernal irradiada que seus ancestrais deixaram para trás. Eles ficam chocados ao descobrir um universo incrivelmente complexo, alegremente estranho e altamente violento esperando por eles.

Apesar de eu não ter jogado os jogos, como série, ‘Fallout’ funciona muito bem, introduzindo-nos a uma jornada repleta de mistérios, suspense e, acima de tudo, muita diversão.

No geral, ela tem um tom de humor sádico e despretensioso que combina perfeitamente com a realidade apresentada. A jornada dos três personagens é muito bem construída do início ao fim. Apesar de ter um bom ritmo, senti que, perto do final, nos últimos episódios da série, houve uma queda e ficou um pouco monótono, mas isso não é nada que atrapalhe.

O artifício mais incrível em ‘Fallout’ é, sem dúvidas, a sua estética. Tudo que é criado com base nos produtos da Vault-Tec é colorido e bonito. Há uma “retro-tecnologia” que é charmosa e quase deslumbrante, tornando a obra única.

A narrativa acompanha seus personagens sem se perder ao apresentar esse universo. O Necrotico é um dos destaques, com um conflito interno sobre sua família e ideais. Lucy é muito carismática, transmitindo inocência e força, apesar de ser forçada a se acostumar com aquela realidade. Enquanto isso, Maximus é o personagem menos identificável, por não saber qual o seu lugar.

Se você nunca jogou ‘Fallout’, a série é uma excelente porta de entrada que carrega uma história diferente e despertará seu interesse por esse universo, fazendo você querer conhecer muito mais dessa história.