REVIEW | Com o desafio de suceder o filme de 1976, “A Primeira Profecia” constrói um terror psicológico excelente
A dificuldade de criar histórias originais tem sido bastante evidente em Hollywood nos últimos anos, sendo o gênero de terror, talvez, o que mais sofre com as tentativas fracassadas de reviver franquias por meio de reboots, remakes e prelúdios.
É justamente aí que “A Primeira Profecia” se destaca, ao ser capaz de figurar como um dos melhores prelúdios já feitos, tendo a árdua tarefa de suceder o aclamado “A Profecia”, de 1976.
A história começa quando uma jovem americana é enviada a Roma para iniciar uma vida dedicada ao serviço da Igreja. Lá, ela se depara com uma escuridão que a faz questionar sua própria fé e acaba descobrindo uma conspiração aterrorizante que visa provocar o nascimento do mal encarnado.
O terror psicológico é um elemento muito presente, fazendo com que a trama ultrapasse o tradicional recurso visual utilizado para assustar por meio de algo ou alguma criatura. Embora jump scares e outros artifícios sejam utilizados, eles são empregados no momento certo, focando muito mais no terror psicológico.
A narrativa consegue construir de forma muito consistente tudo que antecede a história original, apresentando uma estrutura excelente, introduzindo os personagens e suas motivações indo na contramão do genérico “assustar por assustar”, apesar de seus ‘plots’, na maioria das vezes, serem previsíveis.
O elenco é um grande responsável pelo sucesso da trama, sem performances exageradamente caricatas. O acerto está na sutileza de aterrorizar com o que deveria ser considerado normal, dando destaque para a atuação da brasileira Sonia Braga.
Para os amantes do terror, “A Primeira Profecia” é um prato cheio, capaz de imergir o espectador em seu universo ao mesmo tempo em que estabelece esse ele para uma potencial franquia. Se mativer o mesmo cuidado, tem tudo para alcançar grande sucesso e manter o legado.